Boa relação com fornecedores, um departamento comercial eficiente, estratégias de marketing assertivas e uma equipe treinada. Todos esses fatores certamente farão a diferença para o sucesso da sua empresa. Mas existe ainda uma outra peça no jogo que, quando mal aproveitada, pode por tudo a perder. Estamos falando da gestão financeira.
Das vendas ao RH, cada ação tomada em um negócio depende de finanças bem administradas. Afinal, a alocação de recursos é o que vai decidir, em primeiro lugar, a viabilidade das táticas definidas no planejamento. Em outras palavras, não adianta traçar objetivos e planejar supera-los se não existem recursos disponíveis para tal.
Durante a rotina do empreendedor, no entanto, a gestão financeira muitas vezes acaba em segundo plano, soterrada por outras prioridades. O resultado é um ciclo que se inicia com contas no vermelho e termina se espalhando por outros setores, com:
- Atraso de salários;
- Colaboradores desmotivados;
- Fornecedores com pagamento suspenso;
- Falta de produtos;
- Clientes insatisfeitos;
- Capital de giro zerado;
Para fugir dessa situação, o melhor a fazer é blindar sua gestão financeira de todas as formas. Separamos, então, os erros mais comuns que podem ocorrer de maneira que sua empresa esteja protegida do descontrole de recursos.
São medidas que têm efeito tanto se você está iniciando seu empreendimento agora quanto se ele já tem história. Nunca é tarde para arrumar a casa da gestão financeira, o importante é fazer!
Principais erros em gestão financeira
Finanças empresariais x Finanças pessoais
Este é um erro comum, mas que pode ser tão danoso que se tornou um dos princípios da contabilidade. De acordo com o chamado princípio da entidade, os bens da empresa não devem ser confundidos com os bens dos sócios ou proprietários.
Se o empreendedor mistura as duas coisas e acaba tirando dinheiro do negócio para dívidas pessoais, prejudica a gestão financeira. O fluxo de caixa e o capital de giro começam a ser afetados e, caso a empresa precise da quantia retirada, deverá recorrer a terceiros. E, no geral, empréstimos sem planejamento não costumam trazer bons resultados.
Por isso é interessante estabelecer um pró-labore, valor fixo para retirada dos sócios. Com cada sócio tendo acesso a uma parcela exclusiva e pessoal, o caixa não é afetado em caso de retiradas.
Não incluir o estoque na gestão financeira
O estoque é um cofre aberto e deixá-lo de fora do planejamento financeiro levará a prejuízo.
Quando o gestor não tem controle do armazenamento, corre grande risco de ficar com dinheiro parado por excesso de produtos. Ou pior, de deixar de vender por falta de mercadorias, na chamada ruptura de gôndola.
O segredo aqui é trabalhar para manter os níveis de armazenamento equilibrados. Altos o suficiente para atender a todas as possíveis demandas, mas sem excedentes que terão chance de ficar parados.
Fora isso, a gestão de estoque ainda traz benefícios indiretos, como descontos com fornecedores e diminuição de custos com armazenagem.
Precificar produtos/serviços de modo errado
O preço ideal de um produto/serviço não é formado no feeling empresarial, mas sim considerando custos, margem de lucro e fatores externos. Do contrário, as contas podem não bater no fim do mês.
Ferramentas a exemplo do markup são um ótimo ponto de partida quando tratamos de precificação. A partir daí, o ideal é comparar o preço do que se quer comercializar com outras referências no mercado, como concorrentes e, principalmente, seu público-alvo.
Preços muito abaixo do mercado podem gerar prejuízo ou ao menos um baixo potencial de faturamento nas vendas. Já os muito altos tendem a não ser bem aceitos pelos clientes. De novo, o segredo aqui é o equilíbrio.
Gestão financeira sem fluxo de caixa?
Quando o foco é gestão, muitos têm uma ideia errada de que ela envolve algo ligado ao presente. De que seria somente organizar e entender o que está acontecendo em uma empresa.
Mas gestão financeira é muito mais do que isso. É planejar o futuro de um negócio e embasar a tomada de decisões do empreendedor.
É aí que entra a projeção do fluxo de caixa. Além de possibilitar acompanhar receitas e despesas anteriores, ele permite conhecer aquelas que estão por vir.
Somente assim é possível saber exatamente o que precisa ser pago e, mais importante, quando precisa ser pago, poupando grandes valores que seriam gastos com multas e juros.
Não controlar o desempenho da empresa
Quantas vezes nos últimos meses você checou os resultados do seu negócio? Como você sabe se ele está dando lucro?
Gestão financeira é muito mais do que manter o fluxo de caixa atualizado. É enxergar o panorama das finanças por completo.
Mesmo que tome muito tempo, a análise de resultados é imprescindível ao sucesso de qualquer entidade comercial.
É dos chamados relatórios contábeis que vem boa parte da informação que embasa o planejamento estratégico anual. Estamos falando de escolhas significativas: a expansão de franquias, a compra/fusão de empresas, mudanças de regime tributário etc.
Basicamente, nenhuma decisão empresarial pode ser tomada de modo seguro sem um bom diagnóstico da saúde financeira antes.
Acerte em gestão financeira
Qualquer dos erros acima pode realmente afundar um negócio a longo prazo. Taxas de juros se acumulam sem análise do fluxo de caixa; decisões erradas acontecem quando não se observam os resultados financeiros; e um estoque sem controle é como escoar dinheiro sem barreiras.
Portanto, é sempre bom ficar de olho em como a gestão financeira tem sido executada.
Se você tem mais dúvidas acerca do assunto, não deixe de consultar outros textos do nosso blog.
Considere ainda terceirizar a gestão financeira do seu negócio. É sempre uma opção para todo empresário que deseja focar no seu papel como líder.